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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Diga-me uma única verdade...

A única verdade absoluta do universo é que verdades absolutas não existem. Elas são apenas mentiras pretenciosas, proferidas algumas vezes por má fé, mas em grande maioria filhas rejeitadas da mais displicente ignorância. Toda a nossa concepção da realidade é na verdade apenas um conjunto de interpretações extremamente superficiais dos estímulos que recebem nossos précarios sentidos. Têm como base um limitadíssimo pano de fundo experimental, compilado e tratado por um cérebro que se desenvolveu em um referencial infinitamente estreito de tempo, distancias, velocidade, temperatura... Não podemos nos livrar do pesado lastro daquilo que somos, quando tentamos entender o mundo a nossa volta. Evoluímos com a finalidade básica de sobreviver e isso significa que em uma escala de prioridades, acender uma fogueira é mais importante que interpretar a curvatura do continum. Pelo menos quando se possui um corpo perecível para alimentar e aquecer. Nossa raça emergiu da mais pura obscuridade intelectual a pouco tempo demais para que nossa capacidade de abstrair atingisse o nível necessário ao entendimento daquilo que é muitíssimo grande,  muitíssimo longe, muitíssimo antigo, muitíssimo quente... Simplesmente não somos aptos. Somos enganados diuturnamente. Nós sabemos, por exemplo, que o vermelho é apenas uma forma do nosso corpo interpretar um comprimento de onda captado por nossos sentidos e que em um mundo diferente, aquilo que aqui chamamos de "Vermelho Sangue", poderia ser o "Dó Sustenido"! Mas quando olhamos para a maçã ela continua vermelha e silenciosa e quando ouvimos o dó ele continua incolor. Não somos capazes de entender sequer a nós mesmos, nossos sentimentos, nossa comunidade, nossa história. Ficamos perdidos em superstições, teorias psicológicas, listas de regras e dogmas culturais. Nem conseguimos perceber nossa explícita pequenês. A maioria das pessoas tem tanto orgulho de sí mesmas, se acham tão melhores e mais espertas. Têm tanto a ensinar aos seus infelizes colegas, menos dotados de conhecimento... quando comungamos todos da mesma poça profunda e escura de ignorância. E isso significa o óbvio: que somos todos iguais. A diferença entre o mais sábio e o mais idiota é infinitesimal diante de todo o conhecimento ainda disponível. O saber de ambos tende a zero! Significa também que temos diante de todos nós a inestimável oportunidade de aprender um pouco mais todo dia. Dividir o que aprendemos, experimentar mudanças, olhar diferente para o mundo. Todo dia. É só mantermos a mente aberta e nós lembrar sempre de duvidar de verdades absolutas.

2 comentários:

  1. Cara, pra mim seu texto é uma verdade absoluta...
    Mas a parte que achei mais interessante é quando se fala da diferença entre o mais sabio e o mais idiota. Otimo. You´re the man!

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